segunda-feira, 22 de junho de 2009

Ceratoconjuntivite Infecciosa de Caprinos e Ovinos


A ceratoconjuntivite infecciosa dos ruminantes é conhecida também por “Olho rosado e doença de New Forest”. Constitui-se numa doença cosmopolita, sazonal e acomete bovinos, caprinos e ovinos sem distinção de raça, idade e sexo, embora os animais mais jovens e mais velhos sejam mais susceptíveis. Os animais acometidos desenvolvem imunidade natural que vai diminuindo a partir de dois anos e podem se infectar novamente.

Esta enfermidade contagiosa é causada pela Moraxella spp, um diplococo, aeróbico, gram-negativo, e somente aqueles microorganismos hemolíticos que possuem pili sãocapazes de desenvolver a enfermidade, pois aderem à córnea produzindo necrose epitelial e no estroma, por meio de dermonecrolisinas e hemolisinas associadas com as colagenases inflamatórias (CHAVES & ACIPRESTE, 1998; CHAVES & ACIPRESTE, 2004; CHAVES, 2004).
Caracteriza-se por hiperemia conjuntival, lacrimejamento, blefaroespasmo, fotofobia e, em casos avançados, opacidade e ulceração de córnea, com risco de perda da visão. A ceratoconjuntivite infecciosa (CCI) é reconhecida em todo mundo como uma doença comum que afeta o sistema oftálmico de pequenos ruminantes, a exemplo de ovinos e caprinos. Geralmente, a doença envolve apenas a superfície do olho, com o primeiro sinal clínico, sendo uma conjuntivite uni ou bilateral, resultando em lacrimejamento, pestanejamento, blefaroespasmo e presença de secreção ocular sero-mucosa ou muco-purulenta com aglutinação de pelos da região periocular. No entanto, o quadro pode progredir e envolver a córnea, causando sua opacidade ou esbranquecimento e aumento na vascularização. Animais gravemente afetados podem desenvolver úlceras de córnea e/ou cegueira, em conseqüência da intensa opacidade existente. No entanto, os primeiros sinais indicativos da potencial manifestação da doença em um rebanho podem ser a ocorrência de coloração castanha abaixo do olho e o acúmulo de poeira nos corrimentos lacrimais.
Outras alterações observadas na maioria dos ovinos afetados incluem conjuntivite folicular, opacidade da córnea com vascularização, ulceração, pannus e irite (RENDER & CARLTON, 1998), além de febre, anorexia, oftalmalgia, oftalmorréia, epífora e úlceras de córnea também descritas por CHAVES & ACIPRESTE (1998), CHAVES & ACIPRESTE (2004) e CHAVES (2004).
O tratamento dos casos clínicos deve começar imediatamente após ter sido diagnosticada a doença como forma de impedir que sua evolução leve a lesões irreparáveis da córnea. Vários antibióticos podem ser usados, devendo sempre estar atento para caso de resistência. A prevenção e controle desta doença têm sido realizados através de práticas de manejo quando se quer diminuir o máximo possível a ação dos vetores (mosca) e quantidade de poeira. É encontrada no mercado vacina que, se usada corretamente, pode conferir alguma imunidade aos animais.
A redução dos casos clínicos de CCI em um rebanho está associada à medidas preventivas fundamentadas em práticas que visem controlar os elementos que podem funcionar como fômites ou agentes disseminadores e/ou estressantes, e envolvem a limpeza diária das instalações (por varredura e/ou raspagem); desinfecção completa das mesmas a cada 7 dias após limpeza prévia (preferencialmente com lança-chamas ou "vassoura-de-fogo"); isolamento dos animais apresentando quadro clínico; controle da população de moscas e insetos (principalmente, por meio de limpeza e manejo adequado dos dejetos animais); redução da exposição a irritantes mecânicos (poeira); manejo do pastejo para manter o relvado em alturas mais adequadas; manejo do rebanho baseado nos princípios de bem-estar e a quarentena de animais récem-adquiridos por no mínimo 15 dias.


Postado: Juliana Barreto

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Abordagem do Paciente Crítico: o ABC da emergência e ressucitação cardio respiratória


Será realizado nos próximos dias 29 e 30 de junho uma oficina de "Abordagem do Paciente Crítico: o ABC da emergência".
A oficina será realizada por meio de palestras e demonstrações por meio de vídeos dos procedimentos a serem realizados durante emrgências veterinárias.
As inscrições são gratuítas e podem ser feitas no PET de Medicina Veterinária.